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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Tipos de Parto.




O parto é um grande momento na vida de uma mulher, e toda mulher deseja que este momento seja especial para ela e para o bebê, sendo assim, as mamães começam a se preparar para o parto durante a gestação, mantendo um acompanhamento pré-natal e planejando o grande momento com sua família, com seu médico, parteira ou obstetriz. Mas não depende apenas dela a escolha por um parto normal ou cesáreo, e sim do posicionamento do bebê, da evolução do trabalho de parto e da avaliação do médico sobre o estado de saúde de ambos. Dentre os diversos tipos de parto, os mais comuns e conhecidos são o parto normal, recomendado pela OMS, e a cesariana, que deve ocorrer apenas em caso de complicações no parto normal. É essencial que a mamãe conheça cada tipo de parto, para que possa planejar seu momento da melhor forma possível, então vamos falar sobre os diversos tipos de parto e suas características.

Parto Normal ou Vaginal

O parto normal é a forma convencional de dar a luz. Divide-se em três etapas até a expulsão da placenta. A primeira etapa começa quando a mulher sente as primeiras contrações e expulsa o tampão mucoso que encobre o colo do útero. As contrações ainda são leves e espaçadas e o colo do útero começa a dilatar-se. Pode ocorrer ou não a saída do liquido da bolsa (liquido amniótico) e recomenda-se que a mulher vá para o hospital e contate seu médico, obstetriz ou parteira na primeira fase do trabalho de parto.  No hospital, a mãe recebe acompanhamento da temperatura, pressão arterial e frequência cardíaca do bebê. Medidas como o enema (lavagem intestinal) e a tricotomia (raspagem dos pelos pubianos) não são mais procedimentos de rotina. Em alguns casos, é feita a indução — estimulo das contrações com medicamentos (Ocitocina sintética) ou com o rompimento precoce da bolsa, caso não tenha ocorrido naturalmente. A mulher também pode optar por um parto sem dor, com a aplicação da anestesia epidural, que faz com que a mulher não sinta as dores das contrações, mas ainda possua sensibilidade nas pernas e quadris para continuar o trabalho de parto e de expulsão do bebê.

A segunda fase é conhecida como fase ativa, e começa com o esvaicimento do colo do útero, tornando-o macio e mais fino, e com o aumento das contrações que agora são fortes e ocorrem com menor espaço de tempo, impulsionando o bebê para o canal de parto. Quando a mulher está completamente dilatada ela sente muita pressão, e com a descida do bebê no canal de parto ela pode fazer força para que ocorra a expulsão. Algumas vezes pode ser necessário realizar uma pequena incisão, geralmente lateral no períneo, para facilitar a saída do bebê, chamada de episiotomia. Em seguida ao nascimento, o cordão umbilical é clampeado e cortado. O bebê é levado para receber os primeiros cuidados por um médico pediatra e após é colocado junto à sua mãe, podendo ser amamentado imediatamente.
Após o nascimento do bebê, dá-se inicio a terceira e ultima fase do trabalho de parto, que é a expulsão da placenta. As contrações dessa terceira etapa são moderadas e durante a amamentação imediata após o parto, a expulsão da placenta é incentivada e ocorre de forma mais eficaz e rápida.


Parto Natural

Semelhante ao processo do parto normal, o parto natural é uma opção para as mulheres que desejam uma experiência do trabalho de parto sem nenhuma intervenção médica. No parto natural não há indução por medicamentos, episiotomia ou anestesia (epidural) e o ritmo parto é acompanhado pelo médico, obstetriz ou parteira sem a constante utilização de aparelhos como monitor fetal e cardíaco. Este tipo de parto pode ocorrer no hospital, em casa ou em casas de parto e visa a aproximação da mãe, do pai e do bebê. Logo após o parto, o bebê é amamentado e permanece junto da mãe e da família, recebendo os devidos cuidados médicos sem deixar a presença dos pais. Para a realização do parto natural, a mulher pode recorrer a técnicas pré-natais para o controle da dor, relaxamento e respiração, que irão auxilia-la no trabalho de parto e torna-lo mais confortável.

Parto na Água

Este tipo de parto ocorre em uma banheira com água cobrindo a barriga e os genitais da mulher, e a água deve estar na temperatura corpórea (37°). Pode ser realizado com a presença do pai do bebê ou de outro acompanhante, estando em contato com a mulher o tempo todo.

O parto na água começou na França com o obstetra Michel Odent, que utilizava banheiras com água quente para o conforto e alívio da dor das mães. As vantagens desse tipo de parto são muitas: a água ajuda na dilatação do colo do útero, na regulação da pressão arterial, no relaxamento muscular e na flexibilidade do períneo, além de proporcionar o relaxamento da mulher, fazendo com que o trabalho de parto ocorra com maior rapidez em relação ao parto normal. Porém, não se recomenda o parto na água em caso de alguns problemas gestacionais: em caso de mecônio, de sofrimento fetal, HIV ativo, hepatite B, herpes genital ativo e bebês que precisam de monitoramento constante.
Hoje, o parto na água é utilizado no mundo todo e é uma opção frequentemente utilizada pelas mulheres.


Parto de Cócoras

Utilizado em muitas comunidades indígenas no mundo todo, o tradicional parto de cócoras oferece as mesmas vantagens de um parto normal e pode ser realizado com um acompanhante que auxilia a mulher durante todo o parto, como no parto na água. Neste tipo de parto, o bebê deve estar em posição cefálica (com a cabeça para baixo) para que a mulher permaneça na posição vertical, utilizando-se de apoios, e então expulsar o bebê de forma natural e proporcionando maior eficiência no parto. A maior vantagem do parto de cócoras é a facilidade na expulsão do bebê pelo auxilio da gravidade e a posição da pélvis, ao contrário do parto horizontal, no qual a mulher deve utilizar-se de muito mais força para a expulsão do bebê. Outras vantagens deste tipo de parto são: menor compressão de muitos vasos sanguíneos, causando menor incidência de sofrimento fetal, aumento da área da pélvis e a maior integridade do períneo, evitando o comprometimento do mesmo.
No Brasil, o Dr. Moysés Paciornik e seu filho, Dr. Cláudio Paciornik, fizeram pesquisas em comunidades indígenas do Paraná sobre o parto de cócoras. Convencidos de suas inúmeras vantagens criaram uma cadeira para ser usada em hospitais que permite várias posições para a mãe, sem comprometer o conforto do médico. Apesar da prática e eficiente invenção, alguns hospitais alegam não ter essas cadeiras à disposição, e por isso, não recorrem a esse tipo de parto.

Parto Leboyer

O parto Leboyer foi criado pelo médico francês Frédérik Leboyer. Este tipo de parto prioriza o bem estar e conforto do bebê e caracteriza-se por diversos benefícios ao recém nascido: a ausência de procedimentos como a ausência da ‘palmada’ nas costas do bebê, para que ele abra os pulmões, e o estímulo respiratório é realizado com massagens e de forma suave; O parto é realizado com pouca luz e em silêncio após o nascimento para não incomodar o bebê; O cordão umbilical é cortado após parar a pulsação; O pai envolve-se no primeiro banho do recém nascido, que é realizado próximo a mãe e após estes procedimentos, realiza-se a amamentação e o bebê permanece no colo materno,em contato com a mãe. É apontado por muitos psicanalistas como forma de reduzir o trauma do nascimento.
Esta técnica foi introduzida no Brasil em 1974, pelas mãos do obstetra Dr. Cláudio Basbaum e divulgada sob o nome de “Nascer Sorrindo”. Através do Dr. Claudio Basbaum, foi introduzida a presença do pai na sala de parto e no pós-parto, mesmo em casos de cesariana.
O parto Leboyer não é muito realizado nos dias de hoje, por focar apenas no bebê e não priorizar a mulher no parto. A mulher geralmente realizava o parto deitada, sem priorização de seu conforto e a utilização da episiotomia era frequente.

Parto Cesárea (Cesariana)

O parto cesáreo é recomendado em casos de emergência, quando o bebê está em sofrimento fetal ou em posição invertida, ou quando o trabalho de parto não progride mesmo com intervenções e induções. Também é recomendado o uso do parto cesáreo em casos de algumas patologias, como: herpes genital, HIV ativo, pré-eclampsia, hipertensão materna ou diabetes gestacional.
A partir do momento em que é necessária uma cesariana, a parturiente passa a ser considerada uma paciente cirúrgica, e medidas adequadas a uma cirurgia são tomadas, pois os riscos são maiores.

 A mulher é anestesiada com a raquidiana ou peridural, responsáveis por anestesiar o abdômen e as pernas, mas, em condições excepcionais, pode ser necessária a anestesia geral. É colocada uma tela na região do tórax, e a mulher não acompanha o parto. É realizada então a assepsia e o médico inicia a cirurgia com uma incisão de 10 cm, feita por planos até o útero (Sete camadas de pele), localizada acima dos pelos púbicos. O bebê e a placenta são retirados e o médico examina a área, procurando algum sangramento ou complicação, e então o corte é fechado com pontos, plano por plano. Após 20 – 30 minutos, a mulher segue para a sala de observação, e posteriormente para o quarto, onde lhe é entregue seu bebê.
A recuperação deste tipo de parto, por se tratar de uma cirurgia, é mais demorada e dolorida e possui maiores riscos de infecção. 

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