A camisinha estourou, e agora??
Olá a todos!
Hoje, vamos falar um pouquinho sobre a
contracepção de emergência, mais conhecida como pílula do dia seguinte. O post está em
forma de perguntas e resposta para facilitar a vocês que tem duvidas sobre esse
assunto.
O que é a contracepção de emergência?
É um método contraceptivo seguro e eficaz que previne a gravidez
após a relação sexual desprotegida ou em casos de falha no anticoncepcional
utilizado. A CE tem índice de efetividade entre 75-85%, o que significa dizer
que ela tem capacidade de evitar três de cada quatro gestações que ocorreriam
devido a relação desprotegida.
Do que é feita e como deve ser tomada?
É uma pílula feita de compostos hormonais concentrados, e deve
ser ingerida em até 5 dias (120h) depois da relação sexual, porém quanto antes
tomar melhor ela funciona. Algumas cartelas contêm dois comprimidos, nesse caso
podem-se tomar os dois juntos.
Outro ponto importante é sobre o uso repetitivo ou frequente da
CE, que compromete sua eficácia ao longo do tempo. A CE é um método
EMERGENCIAL, ou seja, para casos de falha no método escolhido ou eventual
relação sexual desprotegida. Portanto a camisinha, pílula anticoncepcional
comum e outros métodos anticonceptivos de uso regular na sua rotina, devem ter
prioridade, pois são mais seguros e não falham.
Tem efeitos colaterais?
Os efeitos colaterais em geral, são fracos, a maioria das mulheres
quando tem algum sintoma são: náuseas, vomito, cansaço, dor de cabeça, dor de
estomago e pode ser que a menstruação atrase ou adiante.
Como ela funciona no meu organismo?
É preciso recordar que uma relação
sexual só resulta em gravidez se ela acontecer no dia da ovulção ou nos cinco dias que a precedem.
Este período de fertilidade, de seis dias, varia para cada ciclo e para cada
mulher, decorrente da possibilidade de a ovulacao ocorrer tao cedo como no 10°
dia do ciclo menstrual, ou tao tardiamente quanto no 23° dia. Os
espermatozóides precisam esperar entre um e cinco dias no trato genital
feminino ate que se produza a ovulacao.O mecanismo de acao principal da CE,
varia bastante conforme o momento do ciclo menstrual em que é administrada.
Assim, se utilizada na primeira fase do ciclo menstrual, a CE altera o
desenvolvimento dos folículos, impedindo a ovulacao ou a retardando por vários
dias. A ovulacao pode ser impedida ou retardada em quase 85% dos casos e,
nessas circunstâncias, os espermatozoides não terão oportunidade de contato com
o ovulo. No entanto, se a AE for administrada muito próxima do momento da
rotura folicular ela terá pouca capacidade de impedir a ovulacao, o que pode
explicar grande parte dos casos de falha do método. Quando administrada
na segunda fase do ciclo menstrual, depois de ocorrida a ovulacao, a CE atua
por outros mecanismos. Nesse caso, a AE modifica a viscosidade do muco
cervical, tornando-o espesso e hostil, impedindo ou dificultando a movimentação
e deslocamento dos espermatozoides desde o colo do útero ate as trompas, em
direção ao ovulo. Este efeito sobre o processo de migração dos espermatozoides
reduz significativamente a probabilidade de fecundação nos casos em que a CE
não foi capaz de inibir a ovulacao.
A pílula é abortiva?
É importante esclarecer, que a contracepção de emergência NÃO É
ABORTIVA. Como vimos na questão acima, ela age antes da fecundação, e uma vez
que o óvulo já foi fecundado ela não tem mais utilidade e não consegue fazer
mais nada para impedir a gravidez. Embora a CE não seja indicada para quem já
está grávida, ela também não causa nenhum efeito teratogênico no feto caso a
gravidez esteja em desenvolvimento, seja no inicio ou final da gestação.
Onde posso encontra-la?
Você pode encontra-la em farmácias, unidades básicas de saúde (UBS),
e serviços de atenção a vítimas de violência. Ela custa de 9 a 23 reais
dependendo da marca, mas em UBSs e serviços de vítimas de violência são e devem
ser distribuídas gratuitamente.
A Contracepção de Emergência é regulamentada no Brasil?
Sim. No Brasil a CE é aprovada pelos órgãos de vigilância sanitária, além de estar incluída pelo Ministério da Saúde nas
normas técnicas de Planejamento Familiar (1996) e Violência Sexual (1998 e
2005), como medida de prevenção, visando minimizar os impactos da gravidez não
planejada e suas consequências na Saúde Publica. A AE também faz parte das recomendações
e orientações da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(Febrasgo) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH). Do mesmo
modo, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, no caderno de ética em
ginecologia e obstetrícia, assegura que a AE é um direito da mulher.
Fique sabendo...
Pessoal, é interessante destacar que por questões burocráticas e
administrativas, as bulas ainda carregam informações atrasada que hoje já foram
esclarecidas pela ciência. Uma delas é sobre a toma da pílula, na bula diz que
deve ser ingerida em 72h, sabemos atualmente que ela pode ser tomada em até
120h. E sobre as cartelas que vêm com dois comprimidos, na bula diz que deve-se
tomar um e depois de 12 horas o outro, também através de estudos descobriu-se
que se ingerido os dois comprimidos simultaneamente o efeito é o mesmo.
Fiquem
atentos!
- Para saber mais sobre a CE acesse o site www.redece.org, que é uma Rede Brasileira de Contracepção de Emergência. Ou pelo facebook: http://www.facebook.com/pages/REDE-CE/268004146574311
- Video "Um dia Daqueles" produzido por Regina Figueiredo IS/SES e adolescentes. http://www.youtube.com/watch?v=4QGhpFimojY
Referências Bibliográficas
- Anticoncepção de emergência : perguntas e respostas para profissionais de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 2. ed. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2011. 44 p. – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde) – (Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – caderno ; 3). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/anticoncepcao_emergencia_perguntas_respostas_2ed.pdf
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