Células-tronco do Cordão Umbilical
Olá!
Hoje vamos falar de um assunto pouco abordado e que levanta muitas curiosidades
e opiniões distintas.
Muitas gestantes se deparam com esta dúvida, devo
armazenar ou não o sangue do cordão umbilical do meu bebê? E a resposta, em
minha opinião, deve ser sim. Porém vivemos em um país onde não há condições de
armazenagem em bancos públicos, logo nos deparamos com bancos de armazenamento
particulares, ainda restritos a poucas capitais e que possuem um custo elevado.
Porém quando paramos pra pensar em custo, nos deparamos com uma incógnita... Afinal,
quanto vale uma vida, a vida de um filho? Complicado... Enfim, não há preço que
pague a recuperação de um filho com um material que coletei, paguei e que
pretendia, é claro, nunca utilizar.
Assunto complicado, né? Afinal, todos nós concordamos
que a vida de um filho não tem preço, mas para muitos o suposto
"preço" está fora de cogitação, cerca de R$5.000,00 pela coleta e uma
taxa anual vitalícia de cerca de R$500,00. Os bancos privados têm investido em
várias facilidades e até dividem em várias prestações. Para quem tem condições,
sem dúvida vale a pena se programar, economizar no enxoval, etc. E sem dúvida,
torcer para que tão logo o nosso Banco de armazenamento do governo funcione
direitinho.
Vamos saber do que se trata direitinho:
O que são
células-tronco?
As células-tronco são células muito especiais. Elas
surgem no ser humano, ainda na fase embrionária, previamente ao nascimento.
Após o nascimento, alguns órgãos ainda mantêm dentro de si uma pequena porção
de células-tronco, que são responsáveis pela renovação constante desse órgão
específico. Essas células têm duas características distintas:
1- elas conseguem se reproduzir, duplicando-se, gerando duas células com iguais características;
2– conseguem diferenciar-se, ou seja, transformar-se em diversas outras células de seus respectivos tecidos e órgãos.
Um exemplo é a célula-tronco hematopoiética, que no adulto se localiza na medula óssea vermelha. Na medula óssea, ela é responsável pela geração de todo o sangue.
Essa é célula que efetivamente substituímos quando realizamos um transplante de medula óssea.
1- elas conseguem se reproduzir, duplicando-se, gerando duas células com iguais características;
2– conseguem diferenciar-se, ou seja, transformar-se em diversas outras células de seus respectivos tecidos e órgãos.
Um exemplo é a célula-tronco hematopoiética, que no adulto se localiza na medula óssea vermelha. Na medula óssea, ela é responsável pela geração de todo o sangue.
Essa é célula que efetivamente substituímos quando realizamos um transplante de medula óssea.
Onde
podemos encontrar as células-tronco?
Além da célula-tronco hematopoiética, pesquisas
recentes têm demonstrado a presença de células-tronco específicas, presentes em
tecidos como, fígado, tecido adiposo, sistema nervoso central, pele etc. A
utilização para fins terapêuticos dessas células também tem sido alvo de vários
estudos.
O que é o
sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) e por que ele é tão especial?
Durante a gravidez, o oxigênio e nutrientes
essenciais passam do sangue materno para o bebê através da placenta e do cordão
umbilical. O sangue que circula no cordão umbilical é o mesmo do recém-nascido.
Quando pesquisadores identificaram no cordão umbilical um grande número de
células-tronco hematopoiéticas, que são células fundamentais no transplante de
medula óssea, este sangue adquiriu importância, pela doação voluntária, para
pessoas que necessitem do transplante.
O sangue
do cordão umbilical é utilizado para que tipo de tratamento?
O sangue do cordão é uma das fontes de
células-tronco para o transplante de medula óssea e este é o único uso deste
material atualmente. O transplante é indicado para pacientes com leucemias, linfomas,
anemias graves, anemias congênitas, além de outras doenças do sistema sanguíneo
e imune.
As
células-tronco do SCUP são células-tronco embrionárias?
Não, as células-tronco do SCUP são células-tronco
com características adultas, porém, mais imaturas e ainda pouco estimuladas.
Como é
feita a coleta de SCUP?
Após o nascimento, o cordão umbilical é pinçado
(lacrado com uma pinça) e separado do bebê, cortando a ligação entre o bebê e a
placenta. A quantidade de sangue (cerca de 70 - 100 ml) que permanece no cordão
e na placenta é drenada para uma bolsa de coleta. Em seguida, já no laboratório
de processamento, as células-tronco são separadas e preparadas para o congelamento.
Estas células podem permanecer armazenadas (congeladas) por vários anos num
Banco de Sangue de Cordão Umbilical e disponíveis para serem transplantadas.
Quais são
as vantagens do SCUP?
A principal vantagem é que as células do cordão
estão imediatamente disponíveis. Não há necessidade de localizar o doador e
submetê-lo à retirada da medula óssea. Com o uso do cordão umbilical é
permitido algum nível de não compatibilidade, ao contrário do transplante com
doador de medula óssea, que exige compatibilidade total.
O que é
Brasilcord?
É uma rede que reúne os Bancos Públicos de Sangue
de Cordão Umbilical. Hoje, estão em funcionamento as unidades do INCA no Rio de
Janeiro, do Hospital Albert Einstein, do Hospital Sírio Libanês e dos
hemocentros da Unicamp e de Ribeirão Preto. No restante do Brasil estão
funcionando as unidades de Brasília, Florianópolis, Fortaleza e Belém. A
instalação de bancos em todas as regiões do país é importante para contemplar a
diversidade genética da população brasileira. O INCA é responsável pela
coordenação da Rede.
Como é
feita a doação do sangue do cordão para um Banco Público?
A doação é realizada em maternidades credenciadas
do programa da Rede BrasilCord, que reúne os bancos públicos de sangue de
cordão. Existem alguns controles no momento da coleta do sangue do cordão,
necessários para um bom aproveitamento das unidades. Portanto, não se trata de
uma doação universal como ocorre com sangue e que pode ser feita em qualquer
pessoa, sendo limitada aos hospitais que fazem parte do programa.
Quanto
tempo o sangue do cordão pode ficar congelado?
O tempo é indefinido, existem bolsas de sangue de
cordão congeladas há mais de 20 anos.
Qualquer
gestante está apta a doar?
Não, a gestante tem que atender a critérios
específicos. Dentre eles, deve ter mais de 18 anos, ter feito no mínimo duas
consultas de pré-natal documentadas, estar com idade gestacional acima de 35
semanas no momento da coleta e não possuir, no histórico médico, câncer e/ou
doenças hematológicas.
Existem
desvantagens?
Existem sim, mas não para a doadora. A maior
desvantagem é a dose de utilização, uma vez que a doação ocorre em uma única
coleta e o volume é restrito, o número de células-tronco pode ser limitado.
Assim, existe um limite de peso para o paciente, em função da quantidade de
células-tronco retiradas do sangue do cordão. Os pacientes precisam ter entre
50kg e 60kg. No entanto, hoje se utiliza uma técnica de adicionar dois cordões
para um mesmo paciente, o que proporciona o uso em adultos com maior peso.
Existe
algum risco para a mãe ou para o bebê?
Não existe risco nenhum. Lembre-se que tanto a
placenta, quanto o sangue que fica armazenado nela, tem sido tratados, até
então, como lixo. Obviamente, as equipes de coleta atuam somente com o
consentimento do profissional, garantindo que nada interfira no parto.
Caso o filho(a) da gestante que doou seu SCUP
necessitar de um transplante de células-tronco, ele(a) terá prioridade?
Não. A doação, por todos os fatores citados, não
significa que o material foi preservado, pois terá que atender critérios de
qualidade estipulados pela lei. Uma vez que o SCUP esteja preservado e
disponível para uso, caso não tenha sido utilizado por outro paciente, o mesmo
será selecionado para o doador.
Quais as
principais diferenças entre os bancos públicos e privados?
São serviços diferentes. O banco público
disponibiliza as unidades imediatamente para quaisquer pacientes brasileiros
que precisem de transplante de medula óssea e não tenham um doador familiar. A
coleta é realizada com controles de qualidade e segurança e as unidades são
utilizadas para indicações precisas, sem ônus para o paciente que irá se
beneficiar. É a única modalidade recomendada pelos organismos internacionais e
por publicações cientificas. O banco privado tem legislação especifica, de
cunho comercial, com ônus para as famílias que deseja armazenar o sangue. Além
disso, as indicações e aproveitamento do material são duvidosos, já que não existem
publicações extensas sobre os resultados obtidos com uso de cordões armazenados
em bancos privados. Armazenar o sangue do cordão em um banco privado é uma
aposta num futuro que a ciência ainda não comprovou.
De outubro de 2004 a fevereiro de 2011 foram:
7.338
|
Unidades coletadas
|
4.912
|
Unidades congeladas
|
3.206
|
Unidades liberadas para REDOME (Registro Nacional de Doadores
de Medula Óssea)
|
85
|
Unidades enviadas para transplante
|
72
|
Unidades transplantadas
|
Para maiores informações:
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